Não conto mais as sílabas.
De que me adiante a matemática
Se o que eu quero mesmo é prática
É misturar o som, a voz e a vida?
Não conto mais as sílabas.
De que me adiante a matemática
Se o que eu quero mesmo é prática
É misturar o som, a voz e a vida?
Violino parado,
Pensar agitado,
Cadeira vazia,
Cantar esgotado,
Não há um só dia
Que essa luz de guia
Me faça ir dormir
Sem querer poesia.
Pois ando parado
Todo ensimesmado,
Co’as mãos muito frias
Pensando calado.
Sou deus estragado,
Não crio, não mato.
Só penso vazio:
Com o peso de ser,
Perdido no tempo
Sem tempo de estar,
Enterra o teu lado
Que tudo quer ter.
E foge do mundo
Que mata o pensar.
Vai sentir o vento
Que passa a dizer
Que a vida é bem mais
Do que se acumular,
Que há muito mais
Que se possa viver
E com a verdade
Tu vais te encontrar.
Levanta contigo
A poeira no ar,
Te deixa fluir
Como a água do mar,
Dá voltas no mundo
Pra não mais voltar
E só leva contigo
O que gostas de ter.
Vai, deixa o destino
O teu passo guiar.
Dá as costas ao vento
Que vai te empurrar
No passo descalço
Para não te encontrar
A vida pequena
Que mata o teu ser.
Copyright © 2009 Sussurros Poéticos |Designed by Templatemo |BloggerTemplate Converted by BloggerThemes.Net