Entre Freud e Kant
Postado por
Silvana Bronze
on 12 de nov. de 2009
A salvação a qual procuro
Não mora numa casa ensolarada
Mas num quarto sempre escuro.
A salvação a qual procuro
Não reside em prece, em carne morta;
Mas em ter um tal controle do impulso.
A salvação a qual persigo
Nada tem a ver com aqueles
Que se julgam merecedores de outro céu,
Nem com a vida em cativeiro,
Nem com a morte em redenção,
Mas sob a liberdade de escolha
Que ocupa toda a forma pura de razão.
Sou apenas Um
Postado por
Silvana Bronze
on 7 de nov. de 2009
Para Rafael Orcelli
Seu eu não fosse Tu
Já não seria apenas Eu.
Pois meu espírito se funde
Na tua paz, na tua luz,
E nalgum momento se mistura
E se confunde com o teu.
Se eu não fosse tu
Meu tempo não seria meu.
E meu ser já não teria mais espaço.
Pois pelas velhas ruas onde passo
Não caminho cega e nua,
Caminho agora em firme passo.
Se eu não fosse tu
O amor que tenho não seria teu.
Seria de qualquer que visse a pele nua,
Que confunde o corpo e a mente.
Pois se me defino tua simplesmente
É porque me faço em tua alma plenamente.
Diário
Postado por
Silvana Bronze
Muitas coisas passam
Ali onde os meus pés se passam.
E entre as coisas que caminham
Um pensamento fixo se encarrega
De fazer a mente fria e dolorida.
Não sei por onde a vida vai,
Mas tenho tido medo do futuro,
Das idéias descabidas,
Das pessoas coloridas
E das feridas que não curo.
Quando o sol nasce tão baixo
O dia é sempre todo baixo,
O dia é sempre todo cinza.
E as folhagens se acumulam
Na calçada que não tem pazinha.
Quando sinto a vida assim
– E tenho sentido há muito tempo –
É que me vem à mente o velho pensamento:
Meus Deus,
Será que eu ainda tenho salvação?
Diário II
Postado por
Silvana Bronze
Quando eu era mais novinha
Achava que as coisas
Se encaminhavam pela vida,
Que voavam como o vento
Que se partiam sozinhas.
Mas o tempo me passou!
Levou aqueles que eram bons,
Deixou alguns quase tão bons,
Trouxe de volta velhas dúvidas,
Sob a lente sempre nova da idade.
Puts!
Eu pensava que estar em crise
Era coisa manhosa de gente nervosa.
Mas não sei se é bem verdade
Que as ideias que caminham sozinhas
Voltam mortas com tempo.
Achava que as coisas
Se encaminhavam pela vida,
Que voavam como o vento
Que se partiam sozinhas.
Mas o tempo me passou!
Levou aqueles que eram bons,
Deixou alguns quase tão bons,
Trouxe de volta velhas dúvidas,
Sob a lente sempre nova da idade.
Puts!
Eu pensava que estar em crise
Era coisa manhosa de gente nervosa.
Mas não sei se é bem verdade
Que as ideias que caminham sozinhas
Voltam mortas com tempo.
Eu sei
Postado por
Silvana Bronze
Um desatino:
Um chocolate,
Um capuchino.
O problema
De ser ensimesmado
É que a gente acredita
No que imagina:
Misturando o concreto
E o abstrato!
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