Vêm-me,
Vez em quando,
Na cabeça idéias loucas.
Vão pingando dose em dose
Como faz um conta gotas.
Já matei até algumas
Mas pingaram muitas outras.
O que será de mim agora
Que aos poucos perco as contas?
Gripe
Postado por
Silvana Bronze
Minha gripe tem Estado,
Tem política
E cidadania.
Tem dois nomes,
Sobrenomes
E quem sabe, uma etnia.
Só não tem uma vacina,
Não tem preço
Ou meia vida.
Que me adianta protestar
Se morrem mais
A cada dia?
Tem política
E cidadania.
Tem dois nomes,
Sobrenomes
E quem sabe, uma etnia.
Só não tem uma vacina,
Não tem preço
Ou meia vida.
Que me adianta protestar
Se morrem mais
A cada dia?
Entalho velho
Postado por
Silvana Bronze
on 25 de jul. de 2009
No meu quarto de dormir
Tem parede e entalho velho.
O meu quarto já foi quarto,
Foi masmorra,
Foi alcova
E cemitério.
Na parede um crucifixo,
Sobre a cama, entalho velho.
No meu quarto tive ratos,
Paladinos e insensatos,
Só não tive foi critério.
Neste quarto dos meus atos
Plantei verso, colhi choro,
Mas com riso muito pouco.
Foi lugar da amizade
Ou refúgio da saudade
E sempre ali, o entalho velho.
Tem parede e entalho velho.
O meu quarto já foi quarto,
Foi masmorra,
Foi alcova
E cemitério.
Na parede um crucifixo,
Sobre a cama, entalho velho.
No meu quarto tive ratos,
Paladinos e insensatos,
Só não tive foi critério.
Neste quarto dos meus atos
Plantei verso, colhi choro,
Mas com riso muito pouco.
Foi lugar da amizade
Ou refúgio da saudade
E sempre ali, o entalho velho.
O acordo
Postado por
Silvana Bronze
Meia noite sossegada
Vejo o prado ruazinha.
Passa ao longo o fino vento
Que me leva o pensamento,
E faz gelar até a espinha.
Meia noite encruzilhada
Me pergunto quem caminha.
Vem a voz do firmamento
Vem com sopro grave e seco,
Faz gelar até a espinha.
– Quem és tu?
– Sou o preto Principá,
Vim das bandas do Oeste
E teus sonhos vão comigo,
Vão comigo eu vim levar.
– Vais levar baú vazio,
Que a muito deixará,
Tão pesado que se preste,
Que se preste a te enganar.
– Vens contar história velha
Para alguém que faz trabalho
A arte antiga de enganar?
Te sugiro então trocar.
– Trocarei então contigo.
Quero um Dom, meu velho amigo.
Quero o dom de me expressar
Para nas dobras deste tempo
Minha letra aqui deixar.
– Feito!
Levo então aqui comigo
Da medula ao pensamento,
Levo a alma e deixo o corpo
Que é pra ti ficar com o sopro
Da inspiração por dentro.
Vejo o prado ruazinha.
Passa ao longo o fino vento
Que me leva o pensamento,
E faz gelar até a espinha.
Meia noite encruzilhada
Me pergunto quem caminha.
Vem a voz do firmamento
Vem com sopro grave e seco,
Faz gelar até a espinha.
– Quem és tu?
– Sou o preto Principá,
Vim das bandas do Oeste
E teus sonhos vão comigo,
Vão comigo eu vim levar.
– Vais levar baú vazio,
Que a muito deixará,
Tão pesado que se preste,
Que se preste a te enganar.
– Vens contar história velha
Para alguém que faz trabalho
A arte antiga de enganar?
Te sugiro então trocar.
– Trocarei então contigo.
Quero um Dom, meu velho amigo.
Quero o dom de me expressar
Para nas dobras deste tempo
Minha letra aqui deixar.
– Feito!
Levo então aqui comigo
Da medula ao pensamento,
Levo a alma e deixo o corpo
Que é pra ti ficar com o sopro
Da inspiração por dentro.
Fábio
Postado por
Silvana Bronze
on 22 de jul. de 2009
O céu amanheceu escurecido,
Cinza como a tristeza
Que a partir de então
Já não me sai mais da cabeça.
Do meu sangue não tive irmão,
A vida negou.
Mas tu , querido amigo,
Foi muito mais do que um amigo
Foi muito próximo de um irmão.
E se eu pudesse te contar
Porque ja não te esqueço...
Acontece que agradeço
Tuas piadas engraçadas
Tua lealdade e amizade,
E muito mais do que mereço.
Não, eu não tive irmãos!
Tive muito mais do que esperava:
Tive um amigo,
Que dessa vida se foi
Mas vai estar sempre comigo.
Cinza como a tristeza
Que a partir de então
Já não me sai mais da cabeça.
Do meu sangue não tive irmão,
A vida negou.
Mas tu , querido amigo,
Foi muito mais do que um amigo
Foi muito próximo de um irmão.
E se eu pudesse te contar
Porque ja não te esqueço...
Acontece que agradeço
Tuas piadas engraçadas
Tua lealdade e amizade,
E muito mais do que mereço.
Não, eu não tive irmãos!
Tive muito mais do que esperava:
Tive um amigo,
Que dessa vida se foi
Mas vai estar sempre comigo.
Sobre os olhos negros
Postado por
Silvana Bronze
on 16 de jul. de 2009
Nem se eu violentasse a palavra
Para extrair dela tudo o que pode dizer,
Conseguiria assim descrever
As coisas que por trás destes olhos
Tu guardas...
Para extrair dela tudo o que pode dizer,
Conseguiria assim descrever
As coisas que por trás destes olhos
Tu guardas...
Um Deus de dois...
Postado por
Silvana Bronze
on 7 de jul. de 2009
De dois em dois se fez ambivalência
E tudo em dois precisa a encarnação.
Se em duas faces mostra onisciência
Oposto é sempre tudo em suas mãos
E em nada é só a conciência.
De dois em dois divide a excelência
Pois em dois se equilibra a boa ação.
Somente em dois se dá a asa a sapiência
E entre dois divide em meia essência
Para juntar depois em Criação.
E tudo em dois precisa a encarnação.
Se em duas faces mostra onisciência
Oposto é sempre tudo em suas mãos
E em nada é só a conciência.
De dois em dois divide a excelência
Pois em dois se equilibra a boa ação.
Somente em dois se dá a asa a sapiência
E entre dois divide em meia essência
Para juntar depois em Criação.
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