O Coringa, um pervertido

Um pervertido
que troca de caneta, de gosto, de rosto,
na mais satisfatória vontade de definir as coisas da vida.

É pervertido,
não perverso, nem travestido.
Não!

Antes bem mais um príncipe abastado,
rico de palavra, cujo universo somente pode existir
mediante ao exercício constante da arte de polir a metáfora.

Um pervertedor, um adjetivador,
biruta, pirado, sem compromisso
com a lógica razão lógica.

O curinga nada mais é
do que o arlequim magricela do folclore veneziano
que rouba demasiadas vezes a mulher do Pierrô.

Eis o poeta.

Nunca puro, nunca casto.
Não contêm a sua natureza
nada que remeta a qualquer ideal castratório.

Não é, porém, marginal num sentido criminoso.
Está mais para um vadio, um vagabundo luxurioso
que perverte os outros à sua prática ilusória da Poesia.

Sussurros

A poesia é algo de viceral,
doente!
Qualquer coisa quente
que se escapa quanto também escapam
os sentidos da razão irreal,
Irreal,
tosca,
Doente!

Quem sou eu

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Sou o verbo: o estado, o tempo e a ação contínua.

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