Um pervertido
que troca de caneta, de gosto, de rosto,
na mais satisfatória vontade de definir as coisas da vida.
É pervertido,
não perverso, nem travestido.
Não!
Antes bem mais um príncipe abastado,
rico de palavra, cujo universo somente pode existir
mediante ao exercício constante da arte de polir a metáfora.
Um pervertedor, um adjetivador,
biruta, pirado, sem compromisso
com a lógica razão lógica.
O curinga nada mais é
do que o arlequim magricela do folclore veneziano
que rouba demasiadas vezes a mulher do Pierrô.
Eis o poeta.
Nunca puro, nunca casto.
Não contêm a sua natureza
nada que remeta a qualquer ideal castratório.
Não é, porém, marginal num sentido criminoso.
Está mais para um vadio, um vagabundo luxurioso
que perverte os outros à sua prática ilusória da Poesia.
Sussurros
Postado por
Silvana Bronze
A poesia é algo de viceral,
doente!
Qualquer coisa quente
que se escapa quanto também escapam
os sentidos da razão irreal,
Irreal,
tosca,
Doente!
doente!
Qualquer coisa quente
que se escapa quanto também escapam
os sentidos da razão irreal,
Irreal,
tosca,
Doente!
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