A febre d'outono

Minha doença é dos olhos
E eu já não tenho pouca febre.

Minha esperança é intensa
E minhas preces, todas leves.

Adoeço nestes dias tão tensos
Como não eram noutras épocas.

E minhas angústias no lenço
Me levam sempre aonde querem.

Admiro os que não cismam,
Os que não olham somente com os olhos,

Os que não matam, não mentem,
Nem cultivam memórias tão breves.

Minha doença é dos olhos:
Quanto mais me vejo, mais adoeço,

E os fios do laço que guardam o tempo
Conservam de todo o calor da febre.

Quem sou eu

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Sou o verbo: o estado, o tempo e a ação contínua.

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