Diz sem dizer,
Fala sem falar.
Pois sobre a garganta muda
se acumula um peso,
Uma pesada mão invisível
Que lhe faz até o soluço calar.
Nos mais profundos olhos
Marejados de cinza
Lampejam raios de prata,
Navegam barcos de tinta
Que o silêncio, de todo,
Já não os pode amparar.
Não é o medo
O que pinga entre os dedos.
É o acumulo do tempo,
A razão partida no meio,
O brotar d’uma ruga suave
Que a idade não pode explicar.
E nem a ideia falha
Se basta naquele momento
Em que a tempestade faz curva,
Em que a ventania faz vento
E que a alma frágil se parte
E se revolta toda por dentro
7 Sussurros:
Uma lenta descrição que culmina no "verbo" em que o poema adentra.
Adorei (como sempre!).
confesso que gosto desse poema. serei, no entanto, loser ao afirmar que estou ainda buscando o que, nele, mexe comigo. darei um tempo para lê-lo novamente, daí te explico. um beijo!
nteressante a forma como descreve a profundidade e a partícula que define um momento de fantasia nos olhos por exemplo.
Ou mesmo a concretização das circunstancias que se somam quando se interage nesse mundo místico de particularizar sentimentos, como o medo, o tempo!!
Da hora!! =)
Silvana,
Se o acúmulo do tempo "parte a razão ao meio", também des-ilude das desrazões de antes. Ficar mudo por um tempo pode ser bom. Até ter o que dizer...
Beijos,
Marcelo.
Que isso, a alegria eh minha!
=)
Farei o mesmo quanto a ler seus poemas, que são muito expressivos, com olhar minucioso!
Realmente eu carecia de conhecer alguém entrenhado(rs) nesse mundo de poesia, que não é tão diferente assim do meu!
bjoO**
Lembra Florbela Espanca.
Bem tu sabe né Silvana que adoro teus poemas, escreves de um jeito que,ás vezes, invejo. Tão maduros os versos... Perfeitos. A musicalidade que eles têm. A beleza, a suavidade... a tristeza, a alegria contida. Além de uma das coisas que mais admiro no teu trabalho a pureza dos versos e dos sentimentos.
Bjo poeta.
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