Chove mais.
E quantas chuvas mil
hei de escrever a mais
nestas linhas fundas
do meu coração anil?
E quantas chuvas mais
em cinco versos morrem,
se cada vez que chove escorre
da caneta o fino breu;
suspiro de um tempo tão vazio?
Quando eu era jovem
andei chorando sob a chuva,
andei rezando pela cura
de um coração azul que teve frio
e enegreceu.
Foi uma água densa e pura
que pelo rosto me escorreu.
A partir de então
não soube mais o que era chuva,
não soube mais o que era Eu.
2 Sussurros:
Perco as palavras e o fôlego cada vez que leio o que escreves!! Soa como os grande nomes do modernismo, me lembra muito o Bandeira em particular! tenho muita afeição por esse tipo de poesia, me dá prazer em ler!
parabéns!
Parabéns, escreves muito.
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