Entalho velho

No meu quarto de dormir
Tem parede e entalho velho.
O meu quarto já foi quarto,
Foi masmorra,
Foi alcova
E cemitério.

Na parede um crucifixo,
Sobre a cama, entalho velho.
No meu quarto tive ratos,
Paladinos e insensatos,
Só não tive foi critério.

Neste quarto dos meus atos
Plantei verso, colhi choro,
Mas com riso muito pouco.
Foi lugar da amizade
Ou refúgio da saudade
E sempre ali, o entalho velho.

3 Sussurros:

Mr. Rickes disse...

Tava com saudade da minha Mestra! Sempre lindo e encantador. Vou ler os outros que não li nesse periodo turbulento. Saudades de tu! Bjus

Lorenzo Tozzi Evola disse...

a primeira estrofe, uma descrição; a segunda, a descrição e um desabafo; na terceira, um desabafo mesclado com a descrição anterior. foi intencional isso?

***

não consegui pegar o ritmo desse poema; seja porque é muito sutil, seja porque não há.

***

gostei do seu blog. vou lê-lo com mais calma, depois. :*

Jaime A. disse...

Os seus poemas têm um ritmo, uma cadência lindos!E as imagens também são excelentes e só comprova que a rima não morreu. Parabéns!

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Sou o verbo: o estado, o tempo e a ação contínua.

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