Ecos sempre frios

Soa o bruto dos cimentos
De um castelo que ruiu.
São fantasmas barulhentos
Que não dormem
Se não dorme junto deles
A lembrança de um certo mês de abril.

Toda vez que vem o frio
Traz consigo a dor ausente,
Vem cantando bem mais próximo
O que sente,
Cortante e fino, feito um assobio.
Parte o peito mas não parte.

São ruídos bem satíricos
Que insistem em me tocar.
Vêm dançando sobre as folhas
Provocando o ar sutil,
Levantando com os mortos,
Congelando até meus ossos.

E como as sombras poderosas,
Vão refugiar-se na escuridão
Do inverno com a fina bruma,
Ato final dessa amargura.
E vivo presa à ruína pedregosa,
Ecos de um tempo que não cura.

2 Sussurros:

Mr. Rickes disse...

Para mim o grande erro das princesas, que ficam enclausuradas em castelos com muros intransponíveis, é juntamente aceitar o castelo. Muitas vezes ate se acostumam com as "mordomias". É mais fácil sentar e chorar do que correr atrás do que realmente precisa e acredita. Penso que os príncipes vivem presos também, nos corações sonhadores das referidas princesas. A busca pela liberdade deve começar com a batalha brutal contra o sentimento comum do comodismo. Deve-se ter coragem para andar em liberdade e assim libertar um verdadeiro amor, que a espera logo ali... na beira de um rio.

Lindo sempre, Monstra!

Silvana Bronze disse...

Bah, mas aonde tu viu princesa nesse poema? bom...toda a interpretação é válida!

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