À Marília de Cecília


Marília tinha um lenço...
Umedecido de lágrimas perdidas,
Apertado com força entre a palma e os dedos,
Estancava o azul de uma veia partida.

Sentada de costas à porta,
Marília zangada e chorosa esperava visita.
E sabia que o dia sangrava cansado,
E sabia que à noite o amor não viria.

Entre as rosas e as linhas bordadas,
Sossegava Marília mentindo,
Que no seu coração se acalmava
Uma força sem mal nem medida.

4 Sussurros:

ítalo puccini disse...

à personagem de uma autora. ou à autora de uma personagem. nomes e caminhos de poemas de que gostei muito.

beijos!

Anônimo disse...

Como sempre, uma peça de rara beleza... Principalmente em nosso tempo.

Anônimo disse...

Como sempre, uma peça de rara beleza... Principalmente em nosso tempo.

Jaime A. disse...

A espera, sempre a espera, mesmo que só se acalme numa força quase neutra...
Gostei muito, como sempre

Quem sou eu

Minha foto
Sou o verbo: o estado, o tempo e a ação contínua.

Pesquisar este blog